Hoje faz um mês que eu cheguei aqui em Bruxelas e
sempre tenho a sensação de ser muito e pouco tempo. A faculdade começou e com 3
semanas de aula pude constatar que estudar arquitetura é parecido em todo canto
e a sina de ficar até mais tarde fazendo trabalho é igual. Ontem tive entrega
(remise) da primeira etapa da cadeira de projeto e por isso fiquei de quarta
pra quinta reunida com a galera do meu grupo até 1h da manhã e tive que voltar pra
casa a pé (pois aqui os trams param por volta da meia noite) e na chuva (e como
era de se esperar, eu estava sem guarda-chuva). Ai, foi muito tenso a
apresentação. Fiquei super nervosa, mas consegui falar a minha parte (eu tinha
que falar só que os edifícios da região que estávamos estudando tinha em geral
a função de habitação). Certo, eu vim pra Bruxelas pra estudar, mas não é só
isso que eu ando fazendo por aqui.
Nos dias 21 a 24 de setembro, recebi a minha
primeira visita internacional. A Mariana veio direto de Strasbourg, na França,
aproveitando o restinho de férias que ainda lhe restava (a folgada só ia ter
aula a partir de 1º de outubro) para conhecer a Bélgica. Só sendo muito amiga
pra acordar 5:30 da madrugada (porque aqui só amanhece as 8h da manhã) e ir
busca na estação aqui perto de casa. Como tinha aula de 8 as 12, levei a Mari
para conhecer a Faculdade e assistir aula comigo. A tarde fomos ao Museu Magritte e passeamos pelo centro de
Bruxelas. A noite o Lucas e a Fernanda (amigos da Mari) chegaram a cidade. Deixamos
as coisas deles no “albergue”, fomos dar uma volta com eles e paramos para
comer. No sábado encontramos Maria
Helena e Stefanie no Museu de Quadrinhos. Durante nossa voltinha pela cidade
nos deparamos com uma solenidade em frente à catedral. Não descobrimos o era (a
gente perguntou para uma mulher que estava participando o que era, mas ela não
sabia ¬¬’).
No mesmo dia, fomos até Brugges (e o bife de 6euro?). A cidade é
bem interessante, mas tem que tomar muito cuidado para não ser atropelado por
um cavalo (lá tem tipo umas charretes que ficam levando os turistas de um lado
para o outro e que só faltam passar por cima da gente).
A noite, de volta a Bruxelas, fomos ao Delirium Café, que é um
bar que tem 2004 tipos de cervejas. Estava bem lotadim. E a animação ficou por
conta da galera de mais idade que tinha saído da solenidade (eles ainda estavam
todos vestidos com as roupas do evento, com espada e tudo) e de uma espanhola
que já tinha bebido algumas cervejas a mais. Saímos por volta de meia noite,
pois tínhamos que pegar o tram. Quando eu, a Mari e a Marcela chegamos na
estação, faltava 1min pra passar o ÚLTIMO da noite. Tivemos sorte, diferente da
Stephanie e da Maria Helena, que tiveram que voltar a pé pra casa.
No domingo fomos ao parlamento, comemos moules no
Mer du Nord, visitamos o Museu Horta e fomos a uma “Exposição de Arte”, que quando
chegamos lá descobrimos ser um “super brechó”, onde podíamos comprar várias
coisas antigas e antiquadas. Na segunda, enquanto tinha aula de 12 as 14,
mandei a Mari pra casa das meninas. Depois passei lá e fomos para a Rue Neuve
para fazer umas comprinhas e ver o Mannekem Pis (conhecido também como o Menino
Mijão). A noite a Mariana voltou para o seu burgo.
Do dia 26 a 30 de setembro tiveram vários encontros
brasileiros: macarronada na quarta, cinema na quinta (que era feriado, depois
de uma tentativa frustrada de ver um espetáculo de dança contemporânea, vimos
Camille Redouble, muito bom o filme. O melhor era o áudio em francês e as
legendas em holandês), Nocturne da ULB na sexta (festa de começo de ano letivo),
almoço de sábado a base de camarão e jantar a base de feijoada na festa
brasileira no núcleo PT Bélgica (oi?), e por fim, piquenique no parque (estava
um lindo sol, que ficou muito tímido essa semana, chove desde segunda!).
Hoje, mais tarde, vai ser a inauguração do prédio
da Faculdade de Arquitetura da UCL campus Bruxelas. Por isso não tive a minha
única aula de sexta feira, que é de 12 as 14hrs. Tinha planejado fazer um monte
de coisa pela manhã, mas perdi a briga com o sono e só acordei às 10h.
Aproveitei para arrumar/limpar o quarto e lavar roupa na mão (detesto essas
roupas que não podem ser lavadas na máquina e/ou secar na secadora. Prometo nunca
mais comprar roupas assim...).
"La liberté, c'est la possibilité d'être et non l'obligation d'être." René Matritte