Mais de uma semana que estou aqui em Bruxelas. Eu
estou gostando muito daqui. Até agora as pessoas foram simpáticas. Vou tentar
fazer o resumo de tudo, desde a saída de Fortaleza.
A manhã da terça dia 04 de setembro foi muito
corrida. Tinha ido dormir tarde terminando de arrumar as mala (de última hora
resolvi mudar toda a organização da mala grande, pois encuquei que tinha muito
espaço entre as roupas e não ia caber mais nada) e acordei relativamente cedo,
era umas 8horas, mas era necessário. Tinha que fechar a bendita mala. Depois de
tudo arrumado, resolvi pesar a bagagem, pra ver se teria problema, porém estava
por volta de 30/31kg, com a margem de erro de 1kg (que eu estipulei heheh) tava
tranquilo.
Apesar do meu voo ser só as 14h, resolvi chegar no
aero umas 11 e meia, pois queria passar na Anvisa e pegar o meu cartão de
vacinação da febre amarela. Pode ser que eu nem vá precisar nesse um ano, mas
num custa nada (já tinha pagado a vacina mesmo). Fui despachar a mala.
Empacotei ela todinha, afinal, a minha mala é nova e eu bem sei como elas são tratadas
pela galera que descarrega os aviões (eu VI, episódio do começo de julho desse
ano, em Toulouse). Na pesagem, a minha mala apresentou exatamente 32kg, isso é
que é saber fazer mala. Só a minha pequena que tava meio pesada, 9kg em vez de
8kg (sem o note), mas a mulher deixou passar.
Fiquei na praça de alimentação até umas 13h, quando
entrei pra sala de embarque. Pensei que viajaria sozinha até Bruxelas, mas no
meio do voo encontrei com a Luciana lá da sala e a Lia, também da Arquitetura.
Quando desembarquei em Salvador, conheci a Larissa, que faz Oceonografia na UFC
e tava indo pra Faro, Portugal, pelo CsF. Eu sei que no fim, ficou andando nós
quatro. O voo atrasou e nós ganhamos um voucher de R$30,00 da TAP pra comprar
um “lanche”. Posso dizer que meio que fizemos a festa. Juntamos os 30 de cada
uma e compramos 4 sanduíches, mais de 1l de suco de laranja, e uma porção de
mini acarajés (afinal estávamos na Bahia). Eu sei que o voo atrasou mais do que
o previsto e decolamos em direção a Europa apenas as 21h. Fiquei separada das
meninas no avião, pois já tinha marcado meu lugar e elas fizeram o check in
delas juntas. Do meu lado viajou um rapaz de Brasília que tava indo para o
Porto, Portugal, também pelo CsF. Acho que pelo menos uns 20% daquele voo era
de gente vindo estudar aqui na Europa.
Ao desembarcar em Lisboa, tive a impressão que tinha
chegado uns 3 voo internacionais ao mesmo tempo. A fila tava gigantesca. A
mulher da TAP tava um estresse só, pois muita gente tava perigando perder a
conexão caso demorasse muito na fila. Eu estava tranquila, pois a conexão
inicial que deveria pegar eu já tinha perdido e já sabia disso desde Salvador.
Com tenho passaporte francês, não precisei ficar na fila “big de grande”. Nem
eu, nem a Luciana. Nós passamos pelo lado da imigração europeia e ficamos
esperando a Lia do outro lado. Depois de uns 30 minutos ela apareceu. Como a
conexão delas seria só a noite, resolveram dar um volta em Lisboa.
Eu não podia, pois o meu voo pra Bruxelas estava
próximo. Comi alguma coisa e comprei o meu perfume (que tinha esquecido em
Fortaleza, junto com o meu pente). Ao embarcar, descobri que tinha ganho um
Upgrade e voei até aqui de classe executiva. Só assim mesmo. Ao chegar ao aeroporto da capital belga, eu
tomei um susto devido à lonjura da saída do avião até a esteira de bagagem. Por
um momento pensei que nunca chegaria.
|
Rue Neufchatel, Saint Gilles |
Por fim, encontrei a bendita esteira, peguei minha
mala e sai. Peguei um taxi até o hotel onde ficaria por 5 dias. O Hotel
Neufchatel, na Rua Neufchatel, é ótimo, bem aconchegante. As pessoas de lá são
bem receptivas. O quarto que eu fiquei era grande. Só achei um pouco escuro.
Cheguei, tomei um banho e sai pra comer alguma coisa. Foi quando me perdi pela
primeira vez, procurando o Café Panisse. O problema maior de se orientar aqui é
quando você está acostumando com ruas perpendiculares, como boa parte de
Fortaleza. Por fim, achei. Comi uma salada (porque resolvi ser light, ou não).
Voltei para o hotel. Mandei e-mail pra coordenadora da faculdade e fui dormir.
Acordei na quinta-feira e não tinha resposta do
e-mail da noite anterior, então resolvi meter as caras e ir até a faculdade e
tentar falar com ela assim mesmo. Cheguei lá ela ia ter uma reunião, mas
marcamos no mesmo dias as 17hrs. Dei mais umas voltas no bairro, almocei em
algum lugar e voltei para o hotel. Na hora marcada estava lá na sala da
coordenadora, e começamos a conversar sobre os assuntos da faculdade. Ela me
entregou um monte de papel, entre eles a carta de inscrição, calendário de
atividades, horários das cadeiras e instruções gerais.
Voltando para o hotel, comecei minha busca por
moradia. Foi quando fiz os primeiros contatos com a Maria Helena e com a
Stefanie, que são também CsFs. Na sexta liguei para vários números de uma lista
que a Christine tinha me dado. Não consegui nada. No sábado, marquei de me
encontrar com as meninas na Gare do Nord. Pela primeira vez teria que pegar o
transporte público aqui de Bruxelas, pois até então só tinha andado a pé. Consegui
chegar na gare, mas acabei não as encontrando. Voltei para o hotel. Pouco
depois a Maria Helena manda uma mensagem dizendo que ia vir até Saint Gilles
ver uma opção de quarto e me chamou para ir. Chaussée de Charleroi, 230, foi
onde enfim conheci Nena e Stefanie. Quando chegamos, o dono estava fechando um
quarto com uma garota lá, e só teria três quartos. Fiquei de fora, pois estavam
procurando quarto pra Terezinha também. Elas fecharam os três quartos. Depois fomos
para um bar e enchemos a cara. Mentira. Ficamos conversando lá. É impressionante
a quantidade de “não-belgas” que tem aqui. Por exemplo, o garçom do bar era
português.
|
Moules do "Mer du Nord" |
No domingo as meninas iam se mudar e eu consegui uma
visita. Acabei fechando o quarto. Achei um pouco caro, mas acho que vale. Por
enquanto estou morando só, no terceiro andar da casa de um casal de
marroquinos. O meu quarto é grande, a sala é junto da cozinha e logo depois tem
o banheiro (vaso sanitário separado do chuveiro e não tem pia, que é dentro dos
quartos, uma mini pia por sinal, o que as vezes me irrita, mas nada que eu não
possa superar). Na segunda sai do Neufchatel e vim pra Rue d’Andenne, próximo
ao Parvis de Saint Gilles, que será meu endereço pelos próximos 11 meses.
Ainda na segunda, comprei um colchão e travesseiro
numa loja aqui do lado. Depois fomos até o centro procurar onde comprar lençóis,
toalhas e coisas de casa. Acabamos indo até a IKEA, em Anderlecht.
Comprei lençóis luva (pra quem não sabe, lençol luva é aquele que tem
elástico), uma colcha, umas caixinhas organizadoras, cruzetas, talheres, copos,
um cesto de lixo para o meu quarto, uma luminária,... saímos com sacolas
cheias!
|
Aceita uma xícara de café? |
|
Sendo gorda em Bruxelas |
Na terça fizemos compras e fomos
buscar a Terezinha e o Arthur na Gare Centrale. Ô complicação é marcar coisa em
“gares”, eu hein! Quase não os encontrávamos. Na quarta, voltamos na Ikea pra
comprar mais coisas. Na quinta, eu e Terezinha fomos até o centro ver uma loja
de eletrônicos, pois ela queria comprar uma câmera. Teríamos comprado roupas
também, mas demoramos muito lá. Na volta compramos morangos e umas frutinhas
que eu acho que eram amoras (não sei reconhecer “frutinhas de frio”). Logo
depois passamos por um lugar que vendia waffers! Na resistimos a nossa “gordice”
e compramos uma “barquete”, que vem um waffer, com calda de chocolate, morangos
e um monte de chantilly! (estava muito bom, viu galera). Hoje, sexta feira,
fiquei só morgando em casa. Com esse frio, dá nem vontade de sair. Amanhã é dia
de feira aqui perto, pelo menos foi o que me disseram. Acho que vou acordar
cedo e ver qual é.